quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Perseverança do Cristo


A missão de Jesus foi prenunciada ainda no Éden, logo depois que o pecado entrou no mundo. No livro de Gênesis está escrito que após a transgressão, o Senhor disse a serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Gn. 3:15. Jesus sabia que viria para ser ferido de morte. Se isto não bastasse para admirar sua coragem, também estava consciente de que seria rejeitado pelo povo a quem ofereceria redenção.

Desde o nascimento sua missão mostrou-se dolorosa. Pouco tempo após ser concebido pela jovem virgem, foi perseguido por Herodes que fez jorrar o sangue de crianças nas ruas de Belém. Foi angustiante o clamor que se ouviu naquela noite. Mães choravam a morte de seus filhos pequenos. O menino Jesus escapou devido a orientação de Deus e a obediência de seus pais, que percorreram terras áridas até o Egito. Depois de alguns anos voltaram e “o menino crescia e fortalecia-se, enchendo-se de sabedoria. E a Graça de Deus estava com ele”.

Após ser batizado por João Batista, Cristo iniciou a sua missão pregando a vinda do Reino de Deus. O fato de pregar o arrependimento incomodava os religiosos que se julgavam auto-suficientes. A mensagem e vida de Cristo despertavam inveja e ira nos que detinham o poder político-religioso. Quando chegou na cidade de Nazaré, onde fora criado, entrou na sinagoga e depois de ler as palavras messiânicas do profeta Isaías (Is. 61) afirmou que tal profecia acabara de se cumprir nEle.

Enquanto discorria sobre sua missão, o auditório da sinagoga maravilhava-se com suas palavras de sabedoria e graça. Mas, quando revelou o interesse de Deus para com os não judeus, “todos na sinagoga se encheram de ira ao ouvir estas coisas; levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até o cume da montanha sobre o qual estava edificada a cidade, para o precipitarem; mas Jesus, passando por meio deles, seguiu o seu caminho" (Lc. 4:10-30).

A rejeição de Jesus foi evidente durante todo o seu ministério:

1. Foi rejeitado pelos próprios irmãos: João 7:1-5, Marcos 3:20, 21.

2. Os religiosos blasfemavam contra ele: Mc. 3:22.

3. Cidades inteiras não o receberam: Mc. 5:1-17.

4. Autoridades políticas o rejeitaram: Pilatos, Caifás, Anás etc. Mc. 15:15.

5. O próprio Pai o desamparou: Mt. 27:46.

6. Ainda hoje as pessoas o ignoram.

O que fazia de Jesus alguém perseverante até a morte? A sua determinação de cumprir a missão dada pelo Pai. O seu amor pelo Pai (Jo. 14:28-31).

Não foi fácil. Ele passou por sangrentos momentos de angústia (Mt. 26:36-46; Lc. 22:44). Sua natureza humana pedia para passar o cálice, mas seu espírito insistia em prosseguir na direção do sacrifício vicário.

Na cruz gemeu e clamou pela presença do Pai. Sentindo dores, ouvindo ultrajes e mesmo vendo os meneios da multidão, ainda encontrou fôlego para interceder por eles: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc. 23:34). Em uma posição asfixiante levantou a voz para dar esperança ao ladrão arrependido: “estarás comigo no paraíso” (Lc. 23:43). E no último gemido, declarou a sua missão de amor cumprida: “Está consumado” (Jo. 19:30).

“Embora sendo Filho aprendeu a obediência pelas coisas que padeceu” (Hebreus 5:7-10). Devido a sua perseverança, Jesus ressuscitou dentre os mortos e recebeu o Nome que está acima de todo nome (Fl.2:9). Deu o exemplo mais vivo que alguém poderia dar de perseverança. Foi obediente até a morte e morte de cruz (Fl.2:8). O que faremos com exemplo de Jesus? Apenas admirá-lo ou reconhecê-lo como Senhor?


Pr. Alex Gadelha.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Teatro da Vida Religiosa e a Realidade da Vida com Deus

Impressiona-me a arte de atores e atrizes quando encarnam seus personagens. É como se outra pessoa assumisse o seu corpo com toda a sua expressividade. Altera-se o volume e o timbre da voz, a linguagem ganha novos sotaques, a postura corpórea assume uma dinâmica diferente e até o olhar passa por essa metamorfose externa.

Durante a atuação a identidade do artista parece anular-se para que a do personagem assuma a direção. É claro que o ator tem consciência de que a transformação é apenas momentânea e não expressa a essência de quem está por trás do figurino. Ele não se despe totalmente de si mesmo, pois existem na sua mente diversas intenções, como a de atrair o coração da platéia, conquistar aplausos e ter o esforço reconhecido. O ator nunca é totalmente o personagem, mas este depende sempre da interpretação daquele.

A arte teatral é bela desde que o seu propósito didático espelhe a realidade ou suscite uma reflexão capaz de produzir mudanças, pensar conceitos e crenças. Quando as técnicas do palco são transferidas para o cotidiano das relações pessoais recebem o nome de hipocrisia.

Provação

Tg. 1:13-18

Provação é uma experiência permeada de pressão, medo e angústia que tem como fim a confirmação da fé e a conseqüente formação de um caráter perseverante. A perseverança reparará deficiências, aperfeiçoará a vontade e o nosso testemunho. O teste por meio da dor está na didática divina e faz entender até onde e como podemos suportar o sofrimento quando apoiamos a esperança nEle. Enfermidades, perdas, escassez e perseguições podem compor os acordes da provação com o propósito de que o som da maturidade ecoe no coração. A nossa aprovação resultará em um surpreendente reconhecimento do potencial espiritual depositado por Deus em nós.